A história da colonização do Município de Santa Cruz do Sul começou em 19 de dezembro de 1849 com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, que se instalaram na Picada do Abel, depois conhecida como Picada Velha e, mais tarde, tomou oficialmente a denominação de Picada ou Linha Santa Cruz. Hoje, é conhecida e denominada de Linha Santa Cruz.

Os imigrantes destinados a Santa Cruz, que tinham atravessado o oceano a bordo da barca prussiana Bessel, chegaram a Rio Pardo no dia 17 de dezembro de 1849, viajando pelo rio Jacuí no barco Bela Francisca. Dois dias depois, transportados por carretas de duas rodas, chegavam ao Faxinal de João Faria, bem próximo ao local em que deveriam ser fixados. E foi o próprio João de Faria quem os transportou até o local dos seus lotes, na Picada do Abel. Estes primeiros 12 imigrantes foram os seguintes: Augusto Wuttke (42 anos), católico, moleiro, junto com a mulher Francisca (33) e os filhos Guilherme (14), Joana Maria (13), Lucas (6) e Juliana (4); Frederico Tietze (28), evangélico, moleiro, e sua irmã Carlota (30); Augusto Raffler (26), lavrador, católico; Gottlob Pohl (29), evangélico, lavrador; Augusto Arnold (43), evangélico, lavrador; e Augusto Mandler (30), evangélico, lavrador. Com exceção deste último, que era prussiano, todos os demais eram naturais da Silésia, território hoje pertencente à Polônia. Em outubro de 1850, deu-se a nomeação do primeiro administrador da Colônia. Evaristo Alves de Oliveira assumiu em novembro, como vice-diretor, sob a supervisão do diretor geral da colonização, João Daniel Hillebrand, que morava em São Leopoldo. Antes, a distribuição dos lotes vinha sendo feita pelos engenheiros Cabral e João Martin Buff, da comarca de Rio Pardo. Em 1851, o mesmo João Martin Buff assumiria o cargo de diretor, havendo já 64 lotes ocupados na Colônia. Nos primeiros tempos, os colonos enfrentavam a concorrência desigual de uma economia com mão-de-obra escrava (que eles não podiam ter), tendo que pagar e desbravar seus lotes, dar-lhes infra-estrutura e ainda expender preço excessivo pelos gêneros de primeira necessidade, que ainda não produziam em suficiência.

Este foi o marco inicial do município de Santa Cruz do Sul. Os primeiros imigrantes alemães desbravaram estas matas virgens, abriram estradas, fundaram escolas, igrejas, casa comerciais e construíram o município de Santa Cruz do Sul.

Pela Lei nº 432, de 08 de janeiro de 1859, a Colônia de Santa Cruz foi elevada a Freguesia (Freguesia de São João de Santa Cruz) e pela Lei nº 1.079, de 31 de março de 1877, baixada pelo Vice-Presidente da Província, Dr. João Dias de Castro, a Freguesia foi elevada a categoria de Vila (Vila São João de Santa Cruz), com Governo próprio, sendo esta a data da criação do Município de Santa Cruz do Sul (Município de São João de Santa Cruz). A passagem de Vila para Cidade (Cidade de Santa Cruz) deu-se pela emissão do Decreto nº 837, de 19 de novembro de 1905, data em que o Presidente do Estado, Antonio Augusto Borges de Medeiros, veio inaugurar o ramal ferroviário e o prédio da Viação Férrea e assinou o referido decreto em Santa Cruz do Sul. Em 1º de janeiro de 1945, começou a vigorar a denominação "Cidade de Santa Cruz do Sul", em decorrência de um decreto assinado, em final de 1944, pelo Presidente Getúlio Dorneles Vargas.

Para possibilitar a instalação do Município, com governo próprio, havia a necessidade da realização de eleições para que pudesse ser constituída a primeira Câmara de Vereadores, na época denominada de Conselho. Esta eleição ocorreu em 05 de agosto de 1878 e foi realizada na antiga Matriz de São João Batista, tendo sido eleitos:

  • Joaquim José de Brito;
  • Carlos Trein Filho;
  • Roberto Jaeger;
  • Germano Hentschke;
  • Jorge Julio Eichenberg;
  • José Lopes Simões;
  • Pedro Werlang.

A posse dos eleitos para a primeira Câmara de Vereadores (Conselho) ocorreu a 28 de setembro de 1878, sendo que esta cerimônia foi presidida pelo Presidente da Câmara de Rio Pardo, Sr. Joaquim Alves de Souza. O Município foi oficialmente instalado com esta posse, cujo ato representou a emancipação político-administrativa de Santa Cruz do Sul. O município contava naquela época com dez mil habitantes.

Estes são apenas alguns tópicos e notas sobre o nascer de Santa Cruz do Sul. Não pretende-se aqui escrever toda a história do município. Apenas, seus passos iniciais e, sobretudo, fazer deste "Cantinho Histórico" um álbum de ilustrações com lindas e raras imagens. Sempre se diz, que uma imagem vale por mil palavras... Aqui temos a prova disso. Estas fotos históricas falam por si e contam parte da nossa história. História esta, escrita com suor, sangue e lágrimas pelos imigrantes alemães que desbravaram esta terra. Nossos agradecimentos ao Museu do Colégio Mauá, que gentilmente forneceu estas imagens.

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